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domingo, 4 de maio de 2014

Um estranho no ninho

Pode ler tranquilx! Sem spoilers :)

Já estava pra ver "Um estranho no ninho" (One flew over the cuckoo's nest) há muito tempo, praticamente desde os meus 15 anos. Nessa época, no auge da minha paixão pela Courtney Love, eu procurei para ver todos os filmes que ela tinha feito e me deparei com "O povo contra Larry Flint", dirigido por Milos Forman. O filme é genial, a atuação dela e do Woody Harrelson são geniais e a direção de Forman é genial. Depois de tanta genialidade, fui procurar outros trabalhos do diretor e me interessei por "Um estranho no ninho". Não sei exatamente por que eu demorei tanto pra ver, mas finalmente consegui assistir nessa semana \o/

O filme foi baseado no romance homônimo de Ken Kesey, um escritor americano que, segundo ele mesmo, era velho demais pra ser beat e novo demais pra ser hippie. Publicado em 62, Forman transformou em filme em 75, ganhando os cinco prêmios mais importantes no Oscar: melhor filme, diretor, ator (Jack Nicholson), atriz (Louise Fletcher) e roteiro adaptado.


Tendo o Jack Nicholson, já é implícito que é um filme sobre loucura – o cara interpreta um maluco como ninguém. Além dele, o filme conta ainda com Danny DeVito, Christopher Lloyd (em seu primeiro papel), Scatman Crothers (o cara que ajuda Danny em "O Iluminado") e Brad Dourif (ator que faz a voz do Chucky, o boneco assassino). 



Vamos à história: R. P. McMurphy (Nicholson), supostamente fingindo loucura para escapar da prisão, vai parar num hospital psiquiátrico. Irritado com o controle excessivo sofrido pelos pacientes, personificado na figura da enfermeira Ratched, e conscientemente desejando se provar louco, Mac vai aos poucos detonando a "ordem" e o controle impostos aos pacientes. Em resumo, ele traz um pouco de vida à apatia do cotidiano no hospital. Ao questionar as rígidas regras do lugar, Mac faz com que os outros pacientes comecem a pensar e a se rebelar também. O curioso é que eles só recebem um tratamento médico mais violento quando questionam as autoridades.

O filme todo gira em torno de questionamentos. Quem consegue dizer com clareza qual é o limite entre a loucura e a sanidade? Quem pode julgar o outro de louco? O que é a loucura? Qual é o método mais eficaz de tratar a loucura? O diretor no entanto não responde a nenhuma dessas perguntas: o debate que o filme traz é mais importante em si. Questões como a lobotomia, os maus tratos aos pacientes e o despreparo dos enfermeiros e médicos pra cuidar dos internos também são levantadas ao longo do filme. É verdade que o filme foi lançado há praticamente 40 anos e que muitas das técnicas usadas nos pacientes hoje em dia são quase que unanimemente rejeitadas. No entanto, "Um estranho no ninho" ainda serve como uma ótima base de reflexão sobre o tema da loucura.

Para quem se interessar, aqui está o trailer (não consegui encontrar com legendas, I'm sorry!):


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